quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aqui sou eu o autor do blog.
Praça principal de Exu, e por traz a igreja matriz.
Fotografia da cidae de Exu tirada do alto.
Rodovia Asa Branca e ao lado o museu do Gonzagão.

História da cidade de Exu

A evolução histórica do município do Exu desenvolveu-se independente e isolada do núcleo açucareiro de Pernambuco. O ciclo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade economicamente organizada do Brasil. A partir da fundação do primeiro engenho de cana -de-açúcar pelo sr. Martim Afonso de Souza, em 1532, e por dois séculos, o açúcar foi o principal produto brasileiro, convivendo, contribuindo e, às vezes, resistindo às mudanças sócio-político-culturais desse período. No inicio da colonização brasileira o governo metropolitano resolveu estimular alguns portugueses a se instalarem para produzir açúcar no litoral do Brasil. Era preciso efetivar a posse da terra para defendê-la e também explorá-la em suas riquezas. Optou-se pela cana de açúcar por se tratar de uma cultura rápida, chegando ao corte a partir do segundo ano e também devido ao tipo de solo existente. O massapê, solo de barro vermelho excelente para o plantio de cana, encontrado nas várzeas dos rios Capibaribe e Beberibe, eram excelentes para o desenvolvimento dessa cultura. Outro fator importante foi o clima quente e úmido do Litoral e da Zona da Mata. Além disso, o Nordeste, por sua localização estratégica, permitia fácil escoamento do açúcar produzido, estando mais próximo dos mercados consumidores. Outro fator que contribuiu na decisão de cultivar a cana foi o preço do açúcar alcançado no comércio europeu. Dessa forma, o cultivo da cana-de-açúcar se alastrou devido à riqueza do solo pernambucano e o ciclo açucareiro foi voltado totalmente para a exportação. Como em Exu não havia sistema de transporte para Recife, até 1926 o trajeto mais rápido era ir a cavalo de Exu a Petrolina, onde se cruzava o Rio São Francisco, pegava-se o trem para Salvador, e em Salvador o navio da Companhia Costeira de Navegação para Recife. Esse era o trajeto mais próximo. Exu era a área mais remota, praticamente a população era mais voltada para o Oeste, no Ceará. Não havia nenhum laço econômico entre Exu e Recife, todo comercio era voltado para o Crato-CE. (CARVALHO: 2003) A fixação em Exu, após a exploração do Sertão do São Francisco, deu-se com a tolerância do Cacique Araripe, chefe da Tribo “Açu” ou “Inxus” da Nação Cariri, aldeada junto à fonte da Gameleira, Fazenda situada no sopé da Chapada do Araripe. Os primeiros colonizadores, procedentes de Viana de Castelo, em Portugal, desembarcaram, em Salvador e arrendaram terras à Casa da Torre e foram se fixando às margens do rio São Francisco na Bahia. Depois de algum tempo, tomaram conhecimento, através de alguns índios da tribo Ançu que na encosta da Chapada do Araripe havia terrenos da melhor qualidade para a pecuária e agricultura, com água excelente. Uma visita desses colonizadores àquelas dadivosas paisagens, fez com que todos se transferissem para as terras indicadas. A penetração no município do Exu foi feita por portugueses que se integraram à expansão do Nordeste. Seus principais fundadores foram: Leonel de Alencar Rego e seus irmãos João Francisco de Alencar Rego, Alexandre de Alencar Rego e Marta do Rego Alencar, que saíram de Salvador e se fixaram nas terras férteis do pé da Serra do Araripe, expandindo assim a extensa posse primitiva em outras fazendas e trazendo mais familiares, nucleando o município de Exu. Não muito depois, chegaram alguns frades jesuítas e instalaram um abrigo, onde permaneceram muitos anos, hoje restando apenas vestígios (Fazenda Gameleira), do mesmo, onde ergueram uma capelinha ao Senhor Bom Jesus dos Aflitos. A povoação do Exu iniciou-se mais precisamente em 1734, segundo consta nos livros diocesanos, quando foi criado por Frei José Fialho o “Curado Amovível”, sobre a invocação do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, o qual foi elevado à condição de “Freguesia de natureza colativa*” no dia 14 de outubro de 1779, pelo Bispo de Olinda D. Tomás da Encarnação Costa Lima. Tornou-se freguesia efetiva somente a partir de 03 de dezembro de 1810, através do alvará de homologação assinado pelo príncipe Regente D. Pedro de Orleans e Bragança. O município propriamente dito foi instalado em 30 de março de 1846 pela lei provincial de N. ° 150. Sujeito a diversas alterações administrativas, Exu teve sempre a categoria de Vila, bem como a transferência de sua sede para municípios vizinhos. Observe-se as Leis, abaixo: Em 18 de junho de 1849 pela Lei 249, transferiu a sede para o povoado de Ouricuri. Restaurou-se na categoria de Vila por Leis providenciais de n.° 442, de 02 de junho de 1858, e 1.135, de 30 de abril de 1874. Em 13 de maio de 1862 pela Lei 520, anexou-se à Comarca de Cabrobó. Em 09 de abril de 1863 pela Lei 548, transferiu-se a Vila para a povoação de Granito. Em 03 de abril de 1865 pela Lei 608, transferiu-se também a sede da freguesia para Granito. Em 13 de maio de 1872, pela Lei 1042, tornou-se novamente sede da freguesia. Em 21 de Junho de 1881, pela Lei 1591, elevou-se à Comarca onde teve juiz. Em 23 de abril de 1883, pela Lei 1722, foi rebaixada desta última classificação. O Município foi reconhecido em 07 de junho de 1885, como Comarca. Em virtude da Lei Orgânica dos Municípios de n.° 52, de 03 de agosto de 1892, constituiu-se autônomo em 09 de julho de 1893, sendo nomeado seu primeiro administrador (prefeito) o Sr. Manuel da Silva Dias Parente e sub-prefeito Henrique Dias Parente. Foi também criado naquela época o Conselho Municipal, formado pelos senhores: Tenente Francisco Aires de Alencar Araripe Capitão Vicente Ulisses de Oliveira Coronel João Carlos de Alencar Araripe José Arnaldo de Castro Alencar Lourenço Geraldo de Carvalho Depois vem a Lei Provincial de n.° 608 de 03 de Abril de 1895 que suprimiu novamente o Município. A antiga sede do município localizava-se no Brejo do Exu próximo às fontes hidrominerais da Fazenda Gameleira, no sopé da serra do Araripe. Contudo, o centro comercial desenvolveu-se durante o século XIX no povoado da Pamonha, localizado no “canion” que se abre para o atual distrito de Timorante. Foi então que o Padre João Batista de Holanda Cavalcante, vindo da Paraíba com a missão de catequizar e trabalhar dentro dos nobres princípios religiosos, foi iniciador da construção da Igreja Matriz, um braço forte na edificação de uma nova cidade, pois o Exu Velho por se situar no Sopé da Serra do Araripe estava sujeito a erosão, pois a água que descia da serra provocava desmoronamento, por se situar no Sopé da Serra do Araripe. O desmoronamento não foi o essencial, houve alguns casos de deslizamento de terra que incentivou, mais o problema foi comercial. O que fez a necessidade de edificação de uma nova cidade foi dicotomia entre a cidade oficial (sede na Gameleira) e a feira setor econômico que ficava na Pamonha. O Padre junto com os senhores Antonio Tavares, Luís Alexandre, Aprígio Lopes, Coronel João Carlos de Alencar, Joaquim Pereira, Leonel de Alencar Rego, Eufrásio Alencar, José Arnaldo de Castro, Antônio Dias Parente, Luís Ulisses de Oliveira e Silva, Aristides Neuton Saldanha, lançaram em 08 de setembro de 1899 a pedra fundamental da cidade de Novo Exu, onde hoje é a praça Casimiro Ulisses. Assim iniciou a construção da cidade, no terreno doado por D. Edwirgens ao “Bom Jesus dos Aflitos, uma mulher religiosa engajada na catequese. E erguendo-se e, como era de costume na época, a partir de uma capela que recebeu o nome do mesmo padroeiro do Exu Velho, Bom Jesus dos Aflitos. Em redor edificaram-se casa de comércio e residências para todos os lados. Somente em 1900 é que foi endossada a área, os interesses econômicos unificaram-se com os da cidadania, num lugar central, de fácil acesso, eleito pelas lideranças locais. Tratava-se do sítio Lagoa dos Cavalos assim denominada, porque o terreno, no inverno, acumulava água e, os cavalos soltos no campo vinham beber. No mesmo ano deu-se o lançamento da pedra fundamental do povo, ação que originou a atual sede do município, mas a restauração definitiva da administração pública para a cidade, ocorreu somente em 08 de setembro de 1907, data de aniversário da cidade. Na tentativa de conseguir a autonomia do Município, foi restaurada pela Lei n.° 844 de 10 de Junho de 1907, com sede na povoação do Novo Exu, e com essa mesma denominação desmembra-se do município de Granito. E em 07 de julho de 1907, Novo Exu reconquista sua autonomia e torna-se Comarca independente, tendo como administrador o próprio Padre João Batista de Holanda Cavalcante, que por alguns anos continuou trabalhando na Paróquia de Exu. A sede municipal foi elevada à categoria de cidade, em virtude da Lei Estadual n. ° 991 de 1° de Julho de 1909. Possuía, naquela época, 03(três) distritos no Novo Exu, Canabrava (atual Viração) e Bom Jardim (parte de Bodocó). Refere-se também à criação do Distrito-Sede a Lei Municipal de n.° 101, de 15 de novembro de 1929, segundo o quadro de divisão administrativa, correspondente ao ano de 1933. Publicado no Boletim do Ministério do Trabalho, Industria e Comércio. Em 1938, pela Lei Estadual n.° 92 de 31 de março de 1938, Claranã passa a ser distrito de Bom Jardim, atual Bodocó, que era distrito de Exu. Em virtude do Decreto-Lei estadual n.° 235 de 09 de dezembro de 1938, que fixou a divisão territorial para vigorar no qüinqüênio 1938-1943, o Município e o distrito Sede passaram a designar-se Exu e o referido Município perdeu, para o Bodocó o distrito de Claranã, desfalcando parte de seu território. O Município situa-se, em uma área do sertão pernambucano, que sofre o grande problema da “derrubada”, abatimento de árvores na mata e “queimada”, queima de mata seca ou verde para dar lugar a casas ou para dar espaço a plantação de capim e roças de feijão, milho, etc. Encontramos água de excelente qualidade na encosta da Chapada do Araripe. Terra natal de Luiz Gonzaga, o popular “Rei do Baião”, Exu conta com atrações turísticas municipais como: as ruínas da capela do Exu velho (Foto 01), Camarinhas (Foto 02) na Gameleira; parque Agro-industrial Aza Branca (Foto 03), centro de lazer e trabalho onde se localiza o Museu do Gonzagão, um espaço cultural que, ainda em vida, quando retornava ao Exu, Luiz Gonzaga teve a idéia de criar, dotando-o com objetos pessoais, tanto seus próprios, como de seu pai, o sanfoneiro Januário. Na Vila Araripe, a capela de São João Batista idealizada e construída pelo Barão de Exu, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, e a Casa Grande, primeira casa da Região, hoje Museu Bárbara de Alencar e casa da família Alencar no Brasil, lugar em que chegaram os portugueses para fixarem em Exu, e onde nasce a heroína Bárbara de Alencar, que lutou junto a outros contra a monarquia brasileira.Uma das curiosidades da cidade é o vento “cantarino”, na época que vai se aproximar o inverno o vento predominante é o vento sul, quando é pra chover há inversão do vento, o vento norte, represa as nuvens que trás umidade, nessa fase de transição do vento sul para o norte ele sobe no sentido contrário, e passa pela garganta da serra fazendo um gemido estridente. Para os mais velhos é sempre um sinal de chuva. Um fenômeno que acompanha Exu desde a colonização.Uma das curiosidades da cidade é o vento “cantarino”, na época que vai se aproximar o inverno o vento predominante é o vento sul, quando é pra chover há inversão do vento, o vento norte, represa as nuvens que trás umidade, nessa fase de transição do vento sul para o norte ele sobe no sentido contrário, e passa pela garganta da serra fazendo um gemido estridente. Para os mais velhos é sempre um sinal de chuva. Um fenômeno que acompanha Exu desde a colonização. As festas populares mais comemoradas no município são: Carnaval, Santo Antonio, São João, São Pedro, Natal (festa do padroeiro, Senhor Bom Jesus dos Aflitos), ano novo e a famosa vaquejada por atrair vaqueiros de várias regiões. Especial destaque é dado aos aniversários de nascimento e morte de Luiz Gonzaga, o saudoso Gonzagão, o qual desenvolveu em cada um de seus baiões uma matriz característica de uma região, de uma vivência popular, de uma tradição guardada pelo povo como relíquia do passado. Cantores, músicos, escritores e compositores são unânimes em afirmar que Luiz Gonzaga foi o maior artista do Nordeste em todos os tempos. De uma influência tamanha em qualquer parte do país, que nenhum acordeonista pega no instrumento sem antes se lembrar da obra do “Rei do Baião”. Para o Nordeste sua figura é de maior expressão e divulgação, inclusive internacionalmente, chegando ao ponto que não se pode falar do Nordeste sem ligá-lo a imagem do “Rei”, que com suas músicas, quando a cidade tomada por turistas, transforma-se num palco de festividade.

Origem do nome da cidae Exu-PE

A denominação Exu é oriunda de uma corruptela do nome de uma tribo de índios chamados Açu, ou ainda do nome dado pelos índios locais em virtude da grande quantidade de colméias (de forma globosa) de abelhas de ferrão, chamados “Enxu ou Inchu”, existente na região. Pode-se dizer que o nome Exu resultou da interação das fonéticas LUSA e TUPI. É pois, um nome carregado de sertanidade, brasílico, sulamericano, aculturado pela confraternização entre o índio generoso e o português bem intencionado.